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Açúcar – Remédio Antigo
Se eu lhe dissesse que o açúcar pode ser usado para impedir o crescimento de bactérias, acreditaria ou argumentaria contra essa afirmação?
E se eu lhe dissesse que também poderia ser utilizado para matar bactérias, o que diria sobre isso?
É de conhecimento geral que o açúcar em excesso tem muitos efeitos prejudiciais no corpo humano e que se deve evitar a sua ingestão em demasia. Contudo, hoje eu não irei falar sobre os efeitos nocivos do açúcar, uma vez que esse tópico já foi discutido em várias plataformas. Em vez disso, nesta publicação, irá descobrir que o açúcar tem sido um ingrediente útil para proteger a humanidade de infeções.
O Uso de Açúcar Na Antiguidade
Pode ser difícil compreender a ideia de que o açúcar está a ser utilizado contra infeções, uma vez que este pode ser considerado uma das principais fontes de nutrição de microrganismos como as bactérias. Contudo, o açúcar tem vindo a ser utilizado para esta finalidade há 4000 anos, tendo as suas primeiras aplicações sido em curativos no Egipto Antigo e na Mesopotamia. O açúcar aplicado em feridas abertas cria um ambiente muito pouco próspero para as bactérias uma vez que este pode retirar toda a humidade do meio e as bactérias não conseguem sobreviver sem uma quantidade suficiente de água, logo a ferida pode ser curada mais rapidamente. Outra vantagem do açúcar é o seu preço. É um produto barato, e como tal é acessível em países mais pobres que não têm possibilidades de disponibilizar o acesso a antibióticos. Contudo, a utilização do açúcar tem alguns riscos associados a pacientes diabéticos, logo é importante que seja aplicado somente sob a supervisão de médicos habilitados.
Outro uso muito comum do açúcar, e do qual todos temos conhecimento, é em geleias, compotas ou conservas de frutas, onde o açúcar atua como conservante. Mais, o açúcar pode ainda inibir ou prevenir o crescimento de agentes patogénicos de origem alimentar, como a Salmonella. O mecanismo de atuação, neste caso, é o mesmo. Isto é, um grande conteúdo de açúcar retira a humidade do meio, que é um fator importante para o crescimento de microorganismos. Assim, aumentar a quantidade de açúcar pode dificultar a capacidade de sobrevivência e crescimento dos microrganismos, exceto em alguns casos em que estes amam o açúcar.
Uma Nova Perspetiva
Alguns cientistas têm explorado a utilização de açúcares em modificações de superfícies inovadoras. A ideia é alterar a superfície do material. Açúcares simples como a glucose, frutose, galactose, etc., são chamados de monossacarídeos, mas se tivermos cadeias longas de monossacarídeos nas moléculas, estas são chamadas de polissacarídeos. O mecanismo de ação é muito simples: as cadeias longas de monossacarídeos amam as moléculas de água. Assim, as superfícies modificadas com polissacarídeos vão puxar as moléculas de água para si e criar uma barreira na superfície. Se as bactérias quiserem chegar á superfície do material terá de superar esta barreira. Embora isto possa ser considerado uma das principais características dos polissacarídeos, alguns apresentam propriedades bacteriostáticas (inibição do crescimento bacteriano) ou bactericidas (destruição das bactérias). Por exemplo, um polissacarídeo muito conhecido neste campo é o quitosano, que pode danificar a parede celular da bactéria. Isto acontece porque o quitosano atrai a parede celular da bactéria inibindo o seu crescimento ou mesmo matando a bactéria.
Aviso!
Neste momento, poderá pensar que encontrou a desculpa que sempre procurou para comer chocolate ou doces. Embora eu adorasse dizer “sim, o açúcar é bom para si”, não posso, de todo, fazer tal afirmação. A melhor opção é sempre limitar, porque a ingestão excessiva de açúcar tem vários efeitos prejudiciais comprovados no corpo humano. Fique só com a ideia de que o açúcar não tem só consequências negativas e que pode ser bastante favorável em determinadas situações.
Mantenha-se Seguro e Mantenha-se Saudável!